Breve Estudo Sobre Cores - Parte 1

Como foi dito no post "Cores...ahhh as Cores" da semana passada, inicia-se essa semana uma veiculação no Blog , de uma sequência de textos que formarão uma apostila que será útil a artistas iniciantes e mesmo a leigos que queiram mais informações sobre as cores incluindo, teoria e dicas de uso.
Espero que gostem e, mais do que isso, me mandem sugestões e seu feed back acerca do assunto.
Acompanhe aqui, nas próximas 4 semanas, sempre as Segunda-Feiras...
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Falando Sobre Cores www.cesarpoterio.com.br
Parte 1
Introdução
Conforme foi dito no post anterior sobre o assunto que iremos abordar, iniciamos esta semana um bate papo sobre cores.
O intuito é abraçar o interesse tanto de artistas como de leigos interessados no assunto, mas não pretendendo exaurir o assunto, extenso por sua natureza. O intuito é fornecer a vocês uma introdução sobre o tema que o auxiliará , sem dúvidas, e, ao mesmo tempo lhe dará subsídio para aprofundamento e pesquisa.
Sempre que você quiser acompanhar o assunto, você poderá em meu blog procurar a Tag “Apostila-Cores”. Quando o a apostila estiver completa a tornarei disponível para download.
Vamos começar então!
Luz
A Luz é uma forma de energia, uma radiação eletromagnética que possuiu propriedades de onda e de partículas.
Issac Newton realizou em sua época estudos sobre a luz e sobre as cores. Uma descoberta que ele fez, é conhecida por todos: A luz branca ao atravessar um prisma de luz (Fig. 1) decompõem-se em 7 cores:
Vermelho
Laranja
Amarelo
Verde
Azul
Índigo (ou azul/violeta)
Violeta
Cada uma dessas cores possui um comprimento de onda próprio e estas cores que se revelam da decomposição da luz branca, formam o espectro visível da luz.
“Ver” a cor de algum objeto, implica que sua cor intrínseca (todos os objetos na natureza tem sua cor intrínseca ) , será percebida quando a incidência da luz sobre o objeto faz com que ocorra a absorção de todos os comprimentos de onda das cores que não se referem ao objeto, e refletem os demais que nossa retina e cérebro conseguem interpretar como a verdadeira cor do objeto (Fig.2).

Fig. 1 - Experiência do Prisma de Newton

Fig. 2 - Princípio básico da visualização da cor de um objeto
Cor Aditiva e Subtrativa
Sabemos agora, que a cor, pode ser percebida através da decomposição da luz branca, por exemplo em um prisma , ou mesmo em um arco irís e também , claro, fato muito conhecido por todos , através da coloração pelos pigmentos.
Teoricamente então, as propriedades de mistura dos diversos comprimentos de onda e de diversos pigmentos, nos levariam a resultados basicamente idênticos, mas isso não ocorre.
A mistura de todos os comprimentos de onda nos leva ao branco, devido a pureza intrínseca do sistema, enquanto que os pigmentos, que carregam em sua composição outras “impurezas” , geram um sistema de opacidade que favorece uma grande absorção de comprimentos de onda, crescente a cada cor adicionada a mistura.
Disto, podemos concluir e as próprias experiências mostram, que a mistura de cores pigmentos geram uma tonalidade escura, tendente ao preto.
A mistura das cores LUZ é denominado de “Aditivas” e a mistura de cores PIGMENTOS é denominada , então, de “Subtrativa”. Essa classificação é óbvia, se pensarmos no resultado da mistura que proporcionam em relação ao comprimento da onda.
Vamos iniciar um quadro que ao estar pronto com o decorrer do trabalho , será um bom resumo básico da teoria das cores. Veja a Tabela 1 abaixo
Cores Luz Cores Pigmentos
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São obtidas a partir da decomposição da Luz branca São intrínsecas de alguns pigmentos naturais encontrados na natureza e/ou formuladas
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Quando misturadas formam “Mistura Aditiva” Quando misturadas formam a “Mistura Subtrativa”
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As cores formadas de misturas são SEMPRE mais
vivas e brilhantes As cores formadas de misturas são SEMPRE mais opacas em relação as originais
Tabela 1 – Comparação entre Cor luz e Cor pigmento
História e Cores Primárias
Não é intuito aqui, descrever sua a história e estudos que fizeram diversos filósofos e mestres sobre as cores.
Um breve cronograma será feito, apenas para situar onde e quando as cores primárias tiveram sua importância definida da teoria das cores e seus pilares ( que já vimos)
Idade Média – Aristóteles: Identificou sete cores : Branco, amarelo, vermelho púrpura verde, azul e preto. Afirmava que todas as cores PODIAM ser preparadas a partir destas.
Cennino Cennini (1370-1440) publicou concordava com Aristóteles e forneceu um primeiro modelo da pintura artística colorida, através da mistura do branco e/ou preto aos vários matizes (outras 5 cores que Aristóteles identificara)
Leon Battista Alberti , publicou o tratado concordando com Aristóteles, mas deu um passo importante ao afirmar que QUASE todas as infinitas cores poderiam ser produzidas a partir da 7 identificadas.
Leonardo da Vinci e a Renascença : Preocupou-se em explicar muito as cores dos objetos. Não houve muito progresso em relação às teorias de Aristóteles. Classificou as cores por ordem de importância e as relacionou com a natureza. Por ter sido aluno do alquimista Paracelsus usou-se do conhecimento que este tinham e acreditavam, que a transmutação das cores, tais qual ocorriam com o metais no processo de esquenta-lo / esfria-lo, era importante para chegar-se a pedra filosofal, permitiu, baseado nessa variação de cores dos metais , construir o primeiro circulo cromático, mas incluiu o branco e o preto. Acreditavam também os alquimistas que todas as cores estavam incluídas no branco, o que provavam pelas cores do aquecimento/esfriamento de metais.
Robert Boyle (1664) : Afirmou, portanto antes dos estudos de Newton, que as cores vermelho, amarelo e azul eram cores simples ( primárias)
Issac Newton (1666) : Famosos experimentos com a luz (Opticks)
Jakob Christof Le Bion (1720) – Artista alemão : Afirmou categoricamente que um artista pode reproduzir qualquer cor da natureza a partir das 3 primárias: amarelo, vermelho e azul e reconheceu os atributos das misturas aditivas e subtrativas.
Forma-se então, esses dois pilares fundamentais ( As 3 cores primárias que permitem todas as demais e os conceitos das misturas) formaram o que até hoje é a base de todas as teorias da cor.
Na prática, as cores primárias pigmentos (das quais irei me ocupar) são melhor representadas e ampliam de forma correta a gama de cores obtidas, são (isso ocorre devido a pureza inerente de cada uma delas):

Fig.3 – Cores Prrimária
Quando se considera o vermelho no lugar do magenta, deve-se ter cuidado, pois é gerado o laranja como cor secundária e não mais o vermelho.


Fig.4 – Mistura das Cores Primárias
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